Archive for the Textos Category

O futuro dos direitos autorais

Posted in Copyrights, Política, Textos on 12/05/2009 by D.

Texto muito interessante sobre copyright na era digital.

Contra a tirania do gosto

Posted in Internet, Textos on 29/04/2009 by D.

Contra a tirania do gosto, de Pedro Sette Câmara.

A cabeça é a ilha

Posted in Arte, Post Bêbado, Quadrinhos, Textos, Tirinhas on 09/04/2009 by D.

Tinha  que postar isso, pra não esquecer.

ulisses

Ulisses

UM PREFÁCIO PARA O PRÓXIMO LIVRO

“Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama”
Vinicius de Moraes, Soneto de Fidelidade

Um dia, um bom amigo me perguntou se eu fazia Ulisses sofrer por pura perversão. Levei um susto, claro. Porque de início, pensei tratar-se de uma pessoa de verdade, de quem eu sequer lembrava o nome (em minha defesa, posso lhes confessar que eu não lembro de praticamente nada). Mas era o personagem Ulisses, o solitário de A Cabeça é a Ilha, a quem eu fazia sofrer desmedidamente para o meu amigo. Ulisses, o desgraçado que arde de paixão platônica. Aquele que está só no meio da multidão. “Mas Ulisses… Ulisses é de papel!”, disse, em tom de desculpas. “Mas os leitores são de carne e osso, André”, retrucou meu amigo, com a raiva contida dos que estão machucados.

Eu juro que não fiz Ulisses por mal. E muito menos para ter prazer, por favor. Na verdade, acho que fiz Ulisses até por obrigação. Não tenho qualquer vocação para o denuncismo, mas acho que Ulisses é tão somente a denúncia da solidão. Porque a solidão é uma condição humana inalienante, um fantasma que nos assombra por toda a vida e nos beija profundamente na hora da nossa morte. Desse demônio, nasceu e cresceu a Indústria dos Sozinhos, com a TV como carro chefe das vendas e última trincheira dos que já não podem abraçar alguém, contar um segredo, dividir um bom copo ou prato.

Posso dizer que ganhei na loteria da vida. Tenho uma família linda e a sorte de grandes e leais amigos. Amei muitas mulheres maravilhosas que eu nem sequer merecia a companhia (mas elas aprendem rápido e sempre me abandonam). Tenho ainda uma corajosa esposa que não permitirá que eu enlouqueça (a loucura como maior vocação, vocês não fazem idéia do que é isso). Mas ainda assim, e apesar de toda a sorte, sinto-me um sozinho e acho que não conseguirei reverter esse sentimento até o final da festa da vida.

Mas o problema é muito maior e o buraco é mais embaixo, meus amigos: é que sei que não estou só na minha condição de solitário. Por ironia de Deus, nós solitários somos muitos e estamos em todos os lugares. Seguimos morrendo aos poucos nos bares e dentro de nossos quartos, varando as madrugadas sinistras com a ajuda da pornografia em banda larga. Estamos nos cinemas, comendo pipocas sozinhos. E nos escritórios, calados atrás de seus computadores. Despercebidos, quase anônimos aos olhos do outro, os solitários se arrastam pelos labirintos da timidez ou vivem de um sentimento de estranheza de mundo, com toda a razão. É que hoje em dia, o amor é artigo raro e a indiferença é vendida, aos borbotões, como algo moderno e libertário.

Quando se encontram, o que um tímido diz para outro? Nada, diz a piada. Eu, em meus estudos sobre solidão, descobri que os tímidos guardam dentro deles o maior dos universos afetivos. Tentem amar um deles e vocês verão. Aprendi também a reconhecer um solitário pelo jeito de andar e até pela maneira como ele segura um copo de bebida (sempre colado ao peito). E também, claro, pela maneira de olhar para uma mulher bonita passando pela rua. Por isso, recomendo esse álbum para essas pessoas que conversam com terceiros com os olhos mirando o chão. Para os falam sozinhos, bêbados em seus apartamentos. Para os que olham para os edifícios altos como uma saída digna para o sofrimento. Não que Ulisses vá curá-las de toda angústia. Mas rir de Ulisses é uma forma de domesticar nossos monstros e aceitar nossa fragilidade diante do abandono e da indiferença. Por isso, não tomo Ulisses como uma aberração, mas sim como um presente feio que só as pessoas bonitas merecem ganhar.

André Dahmer

Para quem tá perdido e não sabe do que se trata, clica aqui.

Ateísmo Transendente

Posted in Ateísmo, Religião, Textos on 11/03/2009 by D.

Estava lendo uns textos de Olavo de Carvalho sobre religião, ciência e ateísmo. Então eu achei este aqui: Ateus e ateus. Tem um pensamento correlato ao Racionalidade, Transendência e Fé, que eu já havia indicado. Ambos tratam da importância da transendência no pensamento ateu, mas de formas completamente diferentes. Olavo de Carvalho, que é católico, faz a distinção entre dois ateísmos: aquele que só admite o empírico e aquele que admite a transendência. Seriam o de espírito aberto e o de espírito fechado. Então lembrei-me do ateísmo transendente do Sérgio de Biasi.

Math drives me insane! (2)

Posted in Ciência, Matemática, Post Bêbado, Textos on 02/03/2009 by D.

É muito comum ler na imprensa alguns deslises quando o assunto é Matemática. Acontece com muita gente boa.

O trecho abaixo é do Olavo de Carvalho, do texto Por que não sou um fã de Charles Darwin, sobre os claros sinais de eugenia em A Origem das Espécies. Olavo de Carvalho aproveita para dar uma alfinetada no evolucionismo, o de Darwin e o atual.

Tudo o que ele fez foi arriscar uma nova explicação para essa teoria – e a explicação estava errada. Ninguém mais, entre os autoproclamados discípulos de Darwin, acredita em “seleção natural”. A teoria da moda, o chamado “neodarwinismo”, proclama que, em vez de uma seleção misteriosamente orientada ao melhoramento das espécies, tudo o que houve foram mudanças aleatórias. Que eu saiba, o mero acaso é precisamente o contrário de uma regularidade fundada em lei natural, racionalmente expressável. O darwinismo é uma idéia escorregadia e proteiforme, com a qual não se pode discutir seriamente: tão logo espremido contra a parede por uma nova objeção, ele não se defende – muda de identidade e sai cantando vitória. Muitas teorias idolatradas pelos modernos fazem isso, mas o darwinismo é a única que teve a cara de pau de transformar-se na sua contrária e continuar proclamando que ainda é a mesma.

É importante saber a diferença entre eles. O Darwinismo acreditava que a evolução seria conduzida por um processo de seleção natural, fenômeno que Darwin observou em diversas espécies e extrapolou para a origem das espécies. O neodarwinismo é o novo evolucionismo que acrescenta os conhecimentos de genética e de bioquímica, admitindo as limitações da seleção natural. Desta forma apenas mutações que ocorrem ao acaso provocariam mudanças suficientemente significativas para gerar novas espécies. A seleção natural seria responsável pelo sussesso ou fracasso do nova espécie.

A teoria de Darwin estava errada? Sem dúvida. O neodarwinismo está certo? Quem sabe?

O fato absolutamente errôneo é tratar o “mero acaso” e o “aleatório” indistintamente e ainda dizer um deles ou ambos são o preciso oposto de qualquer coisa sistemática como uma lei natural.

Considere um dado jogado ao acaso. Não seria possível precisar qual valor sairá deste evento, visto que é um evento aleatório. Mas também há neste evento um certo grau de certeza. Pode-se assegurar que o valor do dado será um desses: 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. O valor não será, certamente 97, 52, 0, 4,5, ou qualquer outro diferente dos 6 citados. Embora não seja certo, é muito provável que após alguns lançamentos  o valor médio dos valores lançados esteja no intervalo entre 3 e 4.

Racionalidade…

Posted in Ateísmo, Religião, Textos on 16/02/2009 by D.

Complementando o post de ontem, Racionalidade, transcendência e fé de Sérgio de Biasi